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Fórum pela Paz na Colômbia – Tarde de sábado tem participação de Piedad Córdoba e guerrilheiros

26 maio

Texto e fotos: Bruna Andrade, Jornalismo B

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Na tarde desse sábado (25), no Fórum pela Paz na Colômbia, em Porto Alegre, aconteceu a mesa de Diálogos dos Movimentos Populares com a Mesa de Diálogo de Paz – Governo da Colômbia e FARC-EP. Através de videoconferência os integrantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) Victoria Sandino, Andrés Paris e Marco León Calarcá, que estavam em Havana para a mesa de negociações pelo fim do conflito armado entre o Governo colombiano e as FARC, responderam a perguntas dos participantes do Fórum. Entre os temas tratados pelos guerrilheiros estiveram as questões das reservas campesinas, participação das mulheres nas FARC e a importância de indígenas, afrodescendentes e campesinos no processo de construção da paz: “Na concepção das FARC, paz é sinônimo de participação popular”, disse um dos representantes dos guerrilheiros.

Durante a mesa foi apresentado um vídeo onde o Comandante Ricardo Tellez lê uma carta de saudação das FARC ao Fórum, onde ele ressalta que a organização sempre defendeu a necessidade de evitar a guerra: “Esta não é um fim para nós, recorremos a ela como única forma de luta possível diante da violência e do terror do Estado”. A carta fala também sobre os diálogos que estão sendo travados em Cuba: “Agora estamos em uma tentativa de chegar a um acordo sobre caminhos para a paz, essa é a tarefa aqui em Havana, disposição e vontade política sustentam essa decisão. O contexto internacional pressiona positivamente à construção de uma solução dialogada. O povo colombiano e suas organizações exigem seu direito de viver em paz e acompanham com força e afeto a mesa”.

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O Exército de Libertação Nacional (ELN) da Colômbia também mandou sua saudação através de um vídeo em que o Primeiro Comandante Nicolás Rodríguez Bautista propôs a criação “de um movimento continental pela paz na Colômbia” durante o Fórum: “Que daqui saiam sólidas bases para isso, e que se juntem a outras que já vêm trabalhando nesta mesma direção. Por isso, os dirigentes reunidos aqui não devem dispersar-se sem haver conseguido esse objetivo. Para isso, contem conosco”. O Comandante destacou ainda que o ELN acredita em uma paz popular e que na Colômbia estão em disputa dois modelos de paz: “A paz dos cemitérios, a paz oligárquica, que encabeça o presidente Santos, que busca a rendição das guerrilhas para que a Colômbia se coloque sem dificuldades nas mãos do capital transnacional; e a paz popular com a qual nos identificamos com vocês que consideram que ela significa mudanças profundos na vida polícia e social do país”.

Embora o Governo colombiano não tenha enviado nenhuma declaração ao Fórum pela Paz na Colômbia, foi exibido o vídeo em que o chefe-negociador do Governo colombiano, Humberto de La Calle fala sobre a segunda rodada de negociações com as FARC. No vídeo ele ressalta que “as FARC cumpriram rigorosamente seus compromissos, o governo também o fez, mesmo com diversas complexidades logísticas” e afirma que o processo de diálogo que está se dando nesse momento é diferente dos que ocorreram anteriormente na Colômbia: “Umas dessas diferenças é a sua mesma estrutura dividida em diversas fases: primeiro um encontro exploratório que levou a assinatura do Acordo Geral, que estabelece as condições necessárias para o término do conflito; a segunda, para chegar a um acordo sobre os pontos da agenda contidos no Acordo Geral; e uma terceira, que começa com a assinatura do acordo final com que termina o conflito armado”.

No final da tarde Piedad Córdoba, ex-senadora colombiana (que teve seus direitos políticos cassados em 2010 sob a acusação de colaboração com as FARC), e militante do movimento Marcha Patriótica, falou sobre as perspectivas de paz na Colômbia, também em uma videoconferência. Ela ainda respondeu a perguntas e recebeu um convite da deputada do País Basco Diana Urrea, para participar de uma sessão da Comissão de Diretos Humanos do parlamento basco.

Porto Alegre recebe Fórum pela Paz na Colômbia

21 maio

Da organização do Fórum:

Seguindo sua tradição de ser centro de reunião para processos de solidariedade internacional, Porto Alegre está nos preparativos finais para receber o Fórum pela Paz na Colômbia, que reunirá pessoas e entidades de diversos países da América Latina e Europa durante os dias 24, 25 e 26 de maio. O evento busca reunir a sociedade civil colombiana e internacional em um importante momento histórico, já que desde novembro do ano passado acontece em Cuba uma mesa de diálogos entre o governo colombiano e a insurgência armada representadas pelas Farc, em busca de uma solução política para o conflito.

O Fórum recebe apoio de mais de duas mil organizações colombianas e possui em seu Comitê Organizador mais de 70 entidades brasileiras. “Queremos reunir as contribuições de experiências, produções acadêmicas e culturais das pessoas lutadoras pela paz, pelos direitos humanos e pela democracia de nossa América, que ajudem o movimento popular e social colombiano a ampliar a mobilização social pela paz, porque podemos ser um ator fundamental na busca de acordos legítimos que apontem a resolução das causas sociais do conflito armado”, afirma Mauricio Avilez, um dos coordenadores do evento.

Os eixos centrais que nortearão o debate são Justiça Social, Soberania e Democracia. Serão debatidos temas como a participação de jovens, mulheres e trabalhadores nos processo de paz, além de discutidos assuntos como a questão da terra, direitos humanos e militarização. O evento deve culminar em um espaço de diálogo entre os participantes do Fórum com os representantes do governo colombiano e das Farc, que devem apresentar seus pontos de vista sobre a situação do país e as negociações de paz. Por fim, será realizada uma assembleia geral na qual será elaborada uma carta final pelos participantes.

Entre os debatedores convidados estão a defensora de direitos humanos Piedad Cordoba, ex-senadora e porta-voz do Movimento Político Marcha Patriótica; Iván Cepeda, deputado nacional pelo Polo Democrático Alternativo; as Mães da Praça de Maio; os deputados do parlamento europeu Willy Meyer e Diana Urrea; Najeed Amado, deputado do Parlamento Sul-Americano pelo Paraguai; Socorro Gomes, presidenta do Conselho Mundial da Paz, entre outros militantes dos direitos humanos e lideranças sociais, políticas e acadêmicas.

Além disso, o Fórum recebe atividades culturais como um grupo de música folclórica colombiana de gaitas e tambores; grupo de musica folclórica da Argentina; o Bonde da Cultura de Rio de Janeiro; além do show Cantoria Brasileira, de Pedro Munhoz, Cícero de Crato e Zé Pedro Rocha e da apresentação do cantor e compositor uruguaio Daniel Viglietti, considerado um dos maiores expoentes da música de protesto latino-americana.

SERVIÇO 
Fórum pela Paz na Colômbia
Data: 24 a 26 de maio
Local: Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, Porto Alegre (RS)
Inscrições: R$ 20,00
Mais informações: http://forumpelapaznacolombia.blogspot.com.br

Encontradas mais de 180 valas comuns na Colômbia

13 jun

Da TeleSur:

Al menos 181 fosas comunes fueron halladas en varios sectores selváticos de Colombia por las autoridades; 180 se ubicaron en los departamentos de Chocó y Antioquia (noroeste), mientras que el otro lugar de entierro clandestino fue localizado en Cartagena del Chairá en el Caquetá (suroriente).

Las fosas comunes de Chocó y Antioquia fueron dadas a conocer por el ex jefe paramilitar Freddy Rendón, alias “El Alemán”, que guió a las autoridades hasta esas zonas donde se presume que estén enterradas 150 personas.

“El Alemán” acompañó a los investigadores de la Unidad Nacional de Fiscalías a los lugares donde, según sus confesiones, fueron enterradas personas asesinadas entre 1995 y 1997.

En el hallazgo también participaron otros cabecillas de las Autodefensas Unidas de Colombia (AUC), actualmente detenidos junto a Rendón, como Carlos García, alias “Fuete”, y William Soto.  Todos fueron trasladados desde la cárcel de máxima seguridad de Itagüi en Antioquia para que señalaran el lugar a excavar.

“El Alemán” y los miembros de su bloque, más de mil 500, se desmovilizaron entre abril y agosto de 2006.

El corresponsal de teleSUR en Colombia, Felipe Sinesterra informó este miércoles que tras el hallazgo de las fosas comunes “familiares de las víctimas entre 1995 y 1997 se reúnen con organizaciones sociales, que están en contacto con la Fiscalía para determinar los nombres de las víctimas una vez que se produzca la identificación” de los cadáveres.

Señaló que “se espera que en los próximos días se puedan conocer la ubicación de nuevas fosas comunes”.

El número de víctimas de la vieja coalición de paramilitares es de 173 mil 183, según datos de  la Unidad Nacional de Fiscalías para la Justicia y la Paz, una jurisdicción especial de la Fiscalía General instituida en la Ley de Justicia y Paz, norma adoptada en 2005 como marco para la reinserción social de los ex miembros desmovilizados de las AUC.

Además de los homicidios, los paramilitares desaparecieron a 34 mil 467 personas, extorsionaron a tres mil 532, secuestraron a tres mil 527 y ejercieron violencia sobre 677 mujeres, informó la Fiscalía.

El Ministerio Público de Colombia tiene constancia de que las AUC cometieron mil 597 asesinatos.

Fosa en Caquetá

La Fiscalía de Colombia reveló este miércoles las primeras fotos de la fosa común que se encuentra en Cartagena del Chairá en el departamento de Caquetá y según informaron las autoridades del organismo se han hallado ocho cadáveres, entre ellos siete del género masculino.

Tras este hallazgo, el Cuerpo Técnico de Investigación (CTI) de la Fiscalía presentó el pasado 4 de junio un informe en el que indicó que en el lugar podrían encontrarse al menos 100 cuerpos, que “pertenecían a víctimas de los paramilitares”.

Asimismo, indicó que esta fosa es una de las “más grandes halladas” por la Fiscalía en los últimos años y que los agentes deshicieron mil pozos de sondeo para buscar los restos humanos.

Los restos óseos permanecen en los laboratorios de identificación especializada del CTI.