Texto e fotos: Bruna Andrade
Nem o frio de seis graus intimidou cerca de 600 manifestantes do Bloco de Luta pelo Transporte Público na noite desta segunda-feira. Depois de ocuparem a Câmara de Vereadores por oito dias, nesta noite se concentraram em frente à Prefeitura de Porto Alegre, por volta das 18h. Os manifestantes exigiam a aprovação do Projeto de Lei elaborado pelo Bloco que prevê a transparência das planilhas de custos e também cobram do prefeito José Fortunati a aprovação do passe livre municipal para estudantes, desempregados, indígenas e quilombolas.
Os ativistas gritaram palavras de ordem no Paço Municipal durante uma hora, antes de saírem em caminhada pelo Centro da cidade. A marcha passou pelo terminal Parobé e seguiu até o Camelódromo. Depois, a caminhada retornou para a frente da Prefeitura.
Já de volta à Praça Uruguai, uma faixa do Bloco de Luta foi amarrada às cordas que faziam o isolamento da Prefeitura. Uma dessas cordas teria sido cortada e os guardas municipais, então, arrancaram a faixa. Os manifestantes tentaram recolocar a bandeira, mas foram impedidos pelos guardas. Um deles chegou a tentar tirar a faixa do grupo. Nesse momento, houve um princípio de tumulto e um dos guardas chegou a disparar uma arma de choque, o que fez com que os manifestantes recuassem para a lateral da Praça enquanto um dos guardas fazia provocações.
A falta de identificação dos cerca de 20 guardas municipais que estavam em frente à entrada principal da Prefeitura gerou revolta em alguns manifestantes. A Guarda Municipal estava armada e, segundo confirmou um dos agentes, as armas estavam carregadas com munição letal. Alguns deles ainda tinham os rostos cobertos por tocas ninja e capacetes.
Após meia hora, o protesto retornou para a entrada principal da sede do Executivo Municipal e a situação voltou a ficar tensa, com a Tropa de Choque também presente no local. Mesmo assim, a atividade do Bloco foi encerrada, por volta das 22h, de forma pacífica.