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Em Porto Alegre, grupo pede “intervenção militar” e gera revolta em movimentos sociais

7 set

Em primeiro ato após ocupação, Bloco de Luta reúne 600 manifestantes na Prefeitura de Porto Alegre

22 jul

 

Texto e fotos: Bruna Andrade

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Nem o frio de seis graus intimidou cerca de 600 manifestantes do Bloco de Luta pelo Transporte Público na noite desta segunda-feira. Depois de ocuparem a Câmara de Vereadores por oito dias, nesta noite se concentraram em frente à Prefeitura de Porto Alegre, por volta das 18h. Os manifestantes exigiam a aprovação do Projeto de Lei elaborado pelo Bloco que prevê a transparência das planilhas de custos e também cobram do prefeito José Fortunati a aprovação do passe livre municipal para estudantes, desempregados, indígenas e quilombolas.

Os ativistas gritaram palavras de ordem no Paço Municipal durante uma hora, antes de saírem em caminhada pelo Centro da cidade. A marcha passou pelo terminal Parobé e seguiu até o Camelódromo. Depois, a caminhada retornou para a frente da Prefeitura.

Já de volta à Praça Uruguai, uma faixa do Bloco de Luta foi amarrada às cordas que faziam o isolamento da Prefeitura. Uma dessas cordas teria sido cortada e os guardas municipais, então, arrancaram a faixa. Os manifestantes tentaram recolocar a bandeira, mas foram impedidos pelos guardas. Um deles chegou a tentar tirar a faixa do grupo. Nesse momento, houve um princípio de tumulto e um dos guardas chegou a disparar uma arma de choque, o que fez com que os manifestantes recuassem para a lateral da Praça enquanto um dos guardas fazia provocações.

A falta de identificação dos cerca de 20 guardas municipais que estavam em frente à entrada principal da Prefeitura gerou revolta em alguns manifestantes. A Guarda Municipal estava armada e, segundo confirmou um dos agentes, as armas estavam carregadas com munição letal. Alguns deles ainda tinham os rostos cobertos por tocas ninja e capacetes.

Após meia hora, o protesto retornou para a entrada principal da sede do Executivo Municipal e a situação voltou a ficar tensa, com a Tropa de Choque também presente no local. Mesmo assim, a atividade do Bloco foi encerrada, por volta das 22h, de forma pacífica.

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Assembleia do Bloco de Lutas define protesto de quinta-feira na Vila Tronco

1 jul

Texto e fotos: Alexandre Haubrich / Jornalismo B

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A Assembleia do Bloco de Lutas Pelo Transporte Público, com participação de mais de trezentas pessoas, definiu um novo local para o próximo protesto: na quinta-feira os manifestantes vão se reunir na Vila Tronco, em Porto Alegre, de onde mil e quatrocentas famílias estão sendo retiradas por conta de obras que visam a Copa do Mundo.

A definição foi feita no debate, que durou quase quatro horas no frio do Largo Zumbi dos Palmares, no Centro da cidade. Foram cerca de 60 falas durante a noite, que foram de propostas de novos atos – no Aeroporto Salgado Filho e na Ponte do Guaíba – a críticas ao sumiço do prefeito José Fortunati e ao monopólio da mídia gaúcha pelo Grupo RBS.

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* O próximo Jornalismo B Impresso será ESPECIAL #OBrasilNasRuas, a respeito dos protestos pelo país. Para apoiar o jornal e ajudar a aumentar a tiragem da edição especial, AQUI.

Protesto em Porto Alegre leva milhares à frente do Palácio Piratini. Tarso anuncia passe livre estadual

28 jun

Texto e fotos: Alexandre Haubrich / Jornalismo B

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A gelada noite de quinta-feira começou cheia de calor humano em Porto Alegre. Com a novidade de um caminhão de som, shows e discursos, o ato pretendia manter-se em frente ao Palácio Piratini, na Praça da Matriz. Milhares de manifestantes se reuniram para celebrar conquistas e construir avanços. Cartazes das mais diversas matizes se espalharam pela Praça, com um predomínio visível de pautas caras à esquerda. Algumas mensagens lembravam ainda o combate à corrupção e traziam críticas à presidenta Dilma Rousseff e elogios ao ministro do STF Joaquim Barbosa.

Em meio a conversas, palavras de ordem e discursos, vendedores aproveitavam para ganhar o pão de amanhã. Cerveja, refrigerante, água, vinho e salgadinhos eram vendidos. Um homem se atrapalhava com as dezenas de bandeiras do Brasil que tentava vender. Dependendo do tamanho valiam R$ 5, R$ 10, R$ 20 ou atém R$ 50. Reclamou que no protesto anterior vendera mais, cerca de 20. hoje, apenas 10.

No carro de som, músicos e lideranças se revezavam ao microfone, entre música e discursos. Mercedes Sosa foi lembrada por uns, os mortos do Complexo da Maré, por outros. Também os desalojados da Copa foram homenageados e apoiados, enquanto foi exigido o avanço de pautas ligadas à democratização da mídia: revisão das concessões de rádio e TV, fim da publicidade estatal nos veículos do Grupo RBS, investigação das relações entre a Ditadura Militar e o mesmo conglomerado.

A Brigada Militar, que fizera um isolamento com grades, observava tudo sem grandes movimentações. Já durante a tarde estivera espalhada pelo Centro fazendo algumas revistas em pessoas que chegavam à região. A linha de ação foi diferente dos outros protestos, e não houve intervenções de dispersão.

Um tumulto teve início, porém, quando um grupo de manifestantes e de pessoas que estavam em torno da manifestação começou a disputar espaço com o carro de som e reclamar das manifestações culturais. “Protesto não é festa”, gritavam alguns. Segundo relato de Julio Câmara, que estava ao lado do carro de som, um rapaz correu de dentro da Praça e tentou cruzar as grades. Com a movimentação algumas bombas foram jogadas pela Brigada Militar, e parte do grupo maior se dispersou. 

A jornalista Fernanda Nascimento narrou o momento do confronto da seguinte forma, em seu perfil no Facebook:

Pela primeira vez, a manifestação não começou a ser dispersada por uma ação da Brigada Militar. Estávamos próximas ao Palácio da Justiça, observando a manifestação, que rolava com música e palavras de ordem, com um carro de som na frente do Piratini. Lá pelas 20h30 desceu um grupo com mais ou menos 300 pessoas do Monumento Júlio de Castilhos. Sem cartazes, sem bandeiras, correram em direção a Riachuelo e, os últimos, começaram a atirar pedras, garrafas e objetos na Brigada Militar que fazia a segurança em frente ao Palácio da Justiça. Saímos dali e esperamos na rua lateral. A ação da polícia até que demorou frente ao ataque, mas logo vieram as bombas de efeito moral. Lá na frente (no Piratini), houve dispersão, atrás também e não havia onde ir no centro sem encontrar grupos que pareciam dispostos somente a realizar saques. A sensação de quem estava próximo é que, sem marcha pelas ruas, estes grupos que aproveitam a manifestação para realizar saques ficaram insatisfeitos com a falta de mobilidade que o evento lhes dava e acabaram provocando a dispersão.

Igor Natusch, editor do Sul 21, compartilha do depoimento de Fernanda: “Um grupo começou a tentar descer em direção ao Largo gritando ‘Prefeitura! Prefeitura!’. Tinha uma galera há horas dando uma insuflada nisso, gerando um rompimento. Daí aparentemente um grupo começou a hostilizar os policiais que estavam no Palácio da Polícia, que então jogaram bombas”, contou Igor ao Jornalismo B.

Uma parte dos manifestantes seguiu em frente ao Palácio Piratini por mais alguns minutos. A dispersão de boa parte aconteceu pela Duque de Caxias, enquanto o Bloco de Lutas seguiu até o Largo da Epatur. Enquanto isso algumas gangues espalhadas pelo Centro e pela Cidade Baixa destruíam as portas de pequenas casas de comércio, carros particulares, placas de sinalização, contêineres e bicicletas de aluguel. A BM aos poucos chegava aos principais focos de vandalismo, alternando revistas normais com algumas agressões e subsequentes liberações. Uma emissora de televisão transmitiu ao vivo quando dois policiais agrediram um rapaz e depois o liberaram. Por volta das 22h a situação já era relativamente tranquila.

Governador recebe manifestantes e fala com Tropa de Choque em frente ao Palácio

O governador Tarso Genro, que durante a tarde anunciara o Passe Livre para estudantes em passagens intermunicipais e, durante o Gabinete Digital, analisara os protestos e pedira avanços da democracia direta, recebeu no Piratini onze lideranças do Bloco de Lutas no início do ato. Os ativistas pediram apoio para identificação de neonazistas infiltrados no movimento, apresentaram as demandas do Bloco e reclamaram da violência das ações recentes da Brigada Militar. Na conversa de cerca de meia hora, Tarso reconheceu os erros da BM. Mais tarde, ao fim do ato desta segunda-feira, reuniu a Tropa de Choque em frente ao Palácio Piratini e, segundo um assessor, elogiou o trabalho feito nesta noite.

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Municipários de Porto Alegre fazem paralisação e ato em frente à Prefeitura

25 jun

Texto e fotos: Bruna Andrade / Jornalismo B

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Nesta terça-feira (25), diversas categorias de servidores municipais de Porto Alegre, encabeçadas pelo Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), concentraram-se em frente à Prefeitura, desde as 9h da manhã, onde fizeram uma manifestação reivindicando, entre outras coisas, que o prefeito José Fortunati apresente uma melhor proposta de reajuste. A categoria, que realizou uma paralisação durante todo o dia, rejeita a proposta de acordo bianual apresentada pelo Comitê de Política Salarial.

Durante a tarde os municipários realizaram uma Assembleia Geral para debater os rumos da Campanha Salarial e a atual conjuntura de manifestações pelo país. Os servidores decidiram que farão uma nova paralisação na quinta-feira (27), quando participarão da manifestação convocada pelo Bloco de Luta Pelo Transporte 100% Público. “A direção do Simpa está junto com a população brasileira na luta pelo Transporte Público”, afirmou, ainda pela manhã, Carmen Padilha, diretora geral do sindicato. Eles ainda vão realizar uma nova Assembleia no dia 3 de julho.

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Nota do Bloco de Lutas Pelo Transporte 100% Público – 19/6

20 jun

Somos um movimento que não nasce do nada e tampouco são novidades as lutas que fizemos nos anos anteriores pela redução da tarifa. O bloco de lutas é formado por setores dos movimentos populares, que representam diversas concepções ideológicas e que prezam pela unidade em torno da pauta do transporte 100% público, respeitando a diversidade e prezando pela autonomia e independência de classe. Este ano o Bloco surge com mais força e logramos pelas forças das ruas e da indignação popular uma importante conquista de fazer cair 20 centavos injustamente cobrados na passagem da população de Porto Alegre.

Foto: Alexandre Haubrich / Jornalismo B

Foto: Alexandre Haubrich / Jornalismo B

A luta não é por centavos e tampouco somente em Porto Alegre, pois ganhamos um caráter nacional de mobilizações que extrapola a demanda do transporte público. Hoje, já são mais de dez cidades que anunciaram a redução da tarifa. Agora somos centenas de milhares de pessoas e ganhamos as ruas do Brasil lutando por nossos direitos. O tema da Copa já é recorrente nas manifestações. A mesma massa popular que questiona o modelo de transporte questiona também os milionários investimentos públicos em estádios, as remoções das famílias, o poder da Fifa e o Estado de Exceção que vai cercear os direitos da população.

No entanto nos últimos meses sofremos uma grande investida por parte da polícia civil contra militantes do nosso movimento, jovens que estão sofrendo investigações e acusações por se manifestarem na nossa cidade. A polícia já aponta mais de 6 indiciados. E na última manifestação em que contamos com mais de 25 mil pessoas nas ruas, tivemos 60 pessoas presas e dezenas de feridos por balas de borracha, bomba de efeito moral e bombas de gás lacrimogêneo, sem falar na truculenta cavalaria que arrastou manifestantes pelas ruas de Porto Alegre. Mais do que a violência física que partiu da Brigada Militar também denunciamos a violência psicológica e a tortura que os participantes da marcha sofreram nos camburões e nas delegacias. Nós sabemos que o comando da polícia e de suas ações está sob responsabilidade política do Governador Tarso Genro. A história de criminalização infelizmente se repete como foi nos governos anteriores de Yeda e Rigotto.

Afirmamos que os vândalos são os empresários que lucram exorbitantemente sob o direito da população de ir e vir. Assim como a grande mídia que promove um discurso criminalizador dos que ousam lutar. Vândalos também são os governos que não garantem direitos básicos do povo, como saúde e educação. Bem como, se utilizam de uma falsa democracia para acomodar os interesses das elites e criminalizar os direitos de manifestação, livre associação e organização.

Lutamos por:

– Transporte 100% público, abertura das contas das empresas de transporte, passe livre para estudantes, idosos, desempregados.

– Pela retirada imediata dos inquéritos movidos contra manifestantes.

– Contra o Estado de Exceção da Copa do Mundo de 2014, comandada pela FIFA.

Saudamos com entusiasmo a luta nacional de todos os de baixo que se levantam contra as péssimas condições de vida. Pedimos a solidariedade de toda a população de Porto Alegre, movimentos sociais e populares e convocamos a se somarem nesta luta.

Dia 20 de junho, às 18h, nos concentraremos em frente à Prefeitura para mais um grande ato.

PELA SOLIDARIEDADE DE CLASSE E A FORÇA DAS RUAS 

Bloco de Luta pelo Transporte 100% Público.
Porto Alegre, 19 de junho de 2013.

Centenas protestam contra derrubada de árvores e pedem derrubada do prefeito em Porto Alegre

29 maio

Texto e Fotos: Alexandre Haubrich, Jornalismo B

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“Ô Fortunati, pode esperar, a gente vai te derrubar”

“RBS, pode esperar, a tua hora vai chegar”

“Que vergonha, que vergonha deve ser / espancar trabalhador para ter o que comer”

“Puta que partiu, esse prefeito é a vergonha do Brasil”

“Vem, vem, vem pra luta, vem, contra o prefeito”

“Tatu! Tatu! Tá tudo errado!”

Na madrugada de terça para quarta-feira, a Prefeitura de Porto Alegre, com apoio da Brigada Militar, botou em marcha a derrubada de dezenas de árvores em uma área próxima à Usina do Gasômetro com o objetivo de duplicar a Avenida Beira-Rio. Mais de cem manifestantes se encontravam no local às duas horas da manhã, mas a operação começou apenas quando os cerca de 30 ativistas que há semanas acampavam no local já dormiam. As barracas foram sacudidas e 27 pessoas foram algemadas e levadas presas. As árvores começaram imediatamente a serem derrubadas. A resposta começou a vir no início da noite de quarta, quando cerca de 600 manifestantes se reuniram em frente à Prefeitura para reclamar a derrubada das árvores e pedir a derrubada do prefeito José Fortunati.

Entre palavras de ordem contra o prefeito e em defesa da cidade e da democracia, os ativistas carregaram cartazes e, durante cerca de uma hora e meia, se concentraram em frente à Prefeitura. A Guarda Municipal esteve todo o tempo na escadaria do prédio, para onde foi também a Tropa de Choque da BM quando os ânimos já estavam mais calmos. Então a tensão voltou, algumas cordas de isolamento arrebentaram e um confronto esteve próximo de iniciar, mas os manifestantes em seguida começaram a se afastar e a caminhar pela Borges de Medeiros.

O chargista Santiago, a comunicadora Kátia Sumam, o líder da Associação de Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho, César Cardia, as vereadores Fernanda Melchiona e Sofia Cavedon estiveram entre as centenas de pessoas que passaram, a partir das 19h30, a caminhar pelo Centro, seguindo pela José do Patrocínio até a Rua da República, onde entraram para seguir pela Lima e Silva. Em frente ao Bar Pinguim, onde casos de homofobia e agressões a clientes têm se repetido, a marcha parou por vários minutos para gritar “Pinguim homofóbico!”. A caminhada foi então até a Loureiro da Silva, onde parou por vários minutos até que todos se concentraram no Largo Zumbi dos Palmares. Já eram 21h30, depois de mais de três horas de manifestação.

A Brigada Militar acompanhou todo o percurso, e o clima foi, na maior parte do tempo, de relativa tranquilidade. Ainda na Borges de Medeiros alguns objetos foram arremessados contra as agências dos bancos Itaú e Santander, mas não houve grandes transtornos. Ainda em frente à Prefeitura, o clima havia ficado pesado quando, na disputa pelas cordas de isolamento, um policial militar disparou uma arma de choque e algumas laranjas voaram contra os que guardavam o prédio.

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Manifestantes voltam às ruas de Porto Alegre para pedir redução da passagem de ônibus.

23 abr

Texto, fotos e vídeo: Bruna Andrade, Jornalismo B
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No começo da noite dessa terça-feira (23), cerca de 300 manifestantes se reuniram em frente à Prefeitura de Porto Alegre para protestar contra o valor das passagens de ônibus. Em meio a faixas, cartazes e palavras de ordem eles reivindicavam a redução da tarifa para R$ 2,60.

Como afirmou a coordenadora geral do DCE da UFRGS, Luany Barros, a manifestação também tinha como objetivo protestar contra a decisão do SEOPA que anunciou estar preparando uma ação judicial para reverter a liminar que garantiu a manutenção do valor da passagem de ônibus em R$ 2,85. A liminar foi obtida pelos vereadores Pedro Ruas e Fernanda Melchionna (PSOL) no dia 04 de abril.

O ato, que teve início no Paço Municipal e percorreu as ruas do Centro da capital, fazia parte de uma agenda de atividades do Bloco de Luta pelo Transporte Público que teve início no dia 17.

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Manifestantes voltam às ruas de Porto Alegre, comemoram conquista e prometem mais

4 abr

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Texto e fotos: Alexandre Haubrich

Cerca de três mil pessoas enfrentaram a forte chuva que caiu sobre Porto Alegre para, na noite desta quinta-feira, comemorar a liminar que cancelou provisoriamente o aumento das passagens do transporte coletivo e garantir que a luta irá continuar.

Muita chuva caiu de cima e muita água rolou por baixo dos manifestantes, passando direto por bueiros entupidos e até por um rato assustado no meio da multidão. Se a quantidade de pessoas e de cartazes se reduziu por conta do temporal, o ânimo aumentou. Ânimo para enfrentar a chuva e o vento, mas também ânimo atiçado pelo anúncio feito momentos antes do início da caminhada de que os vereadores Pedro Ruas e Fernanda Melchionna (PSOL) conseguiram uma liminar revogando o aumento. O vice-prefeito Sebastião Mello já disse que a passagem deve voltar a R$ 2,85 em até 24 horas.

A caminhada de duas horas fez um trajeto semelhante ao da última segunda-feira, mas não passou pelo Túnel da Conceição, cortando a Júlio de Castilhos antes de chegar ao seu final e seguindo até a Borges de Medeiros. Os cânticos dos últimos protestos voltaram a aparecer: “O povo na rua, Fortunati, a culpa é tua”, “Se a passagem aumentar Porto Alegre vai parar”, “Quem não pula quer aumento”, “O povo não esquece! Abaixo a RBS”. O carro de som prometeu: “Vamos seguir até a passagem baixar para R$ 2,60!”.

Os manifestantes ainda foram até a frente da sede do jornal Zero Hora, que desde o início condenou os protestos. Também pararam em frente à sede da EPTC.

Os rojões de segunda-feira, vaiados pela maioria dos presentes, não se repetiram. As pichações no viaduto da Borges, sim. As bandeiras anarquistas, vermelhas e negras, estavam em grande número, enquanto pouco apareceram, dessa vez, as bandeiras dos partidos políticos que apoiam e participam da luta.

A unidade dentro da diversidade foi mais uma vez reforçada, e o intenso fim do protesto, com palavras de ordem chamado às ruas e à continuidade das manifestações, mostrou que o legado dessa série de manifestações vai muito além da aparente vitória sobre a Prefeitura na questão das passagens. “Até a Copa do Mundo vamos continuar indo às ruas todas as vezes em que ameaçarem nossos direitos”, bradou o carro de som.

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