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Professores e estudantes ocupam Gabinete da Presidência da Assembleia Legislativa do RS

11 set

Texto e fotos: Alexandre Haubrich / Jornalismo B

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O Bloco de Lutas, através de sua Comissão de Educação, e os professores estaduais em greve, ocuparam na tarde desta terça-feira o Gabinete da Presidência da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. O CPERS, que organiza os professores e que está em estado de greve, participa da ocupação que continua e deve seguir até a manhã de quarta. A exigência para a saída é a reabertura das negociações com o governo do estado. O CPERS tem atuado em defesa da aplicação do Piso Salarial Nacional e contra a Reforma do Ensino Médio, e é sobre essas pautas que a negociação pós-ocupação deve se dar.

Desde o momento da ocupação, no início da tarde, centenas de militantes já passaram pela Assembleia. Cerca de 100 deles estavam na assembleia que definiu a permanência durante a noite. Quando um carro do CPERS levou suprimentos aos manifestantes, houve tumulto com os seguranças, com alguns manifestantes (incluindo um menor de idade) sofrendo ferimentos leves. Mais cedo, o presidente da casa, deputado Pedro Westphalen (PP), intermediou uma audiência entre o comando de greve e o governo, com participação de estudantes que estão à frente da ocupação.

A assembleia determinou que a saída será no momento em que a reunião tiver início. A previsão é de que a audiência comece às 8h30, quando os professores, estudantes e apoiadores devem seguir em caminhada até a Fundação para o Desenvolvimento de Recursos Humanos (FDRH), onde será realizado o encontro. A garantia da reabertura das negociações já foi considerada uma vitória parcial pelos ocupantes.

No final da noite, os manifestantes que ocupam o Gabinete da Presidência da Assembleia divulgaram uma nota, reproduzida na íntegra a seguir:

POR QUE OCUPAMOS A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA?

Nós, trabalhadores/as em educação em greve no RS, impulsionados pela Comissão de Educação do Bloco de Luta e CPERS-Sindicato, ocupamos a Assembleia Legislativa do RS. Nosso intuito é forçar os deputados a se posicionarem frente à luta dos educadores e dos estudantes pelo piso salarial nacional e contra a reforma do ensino médio politécnico, que foi decretada pelo governo do PT de Tarso e José Clóvis, de forma autoritária, no final de 2011.

Nosso foco foi pressionar o governo que tinha dado por encerradas as negociações com o Comando de Greve no dia 06/09 e foi obrigado, através da pressão, a reabrir o processo de diálogo, agendando nova audiência para as 8h30min do dia 11/09. Essa já é uma conquista da ocupação e uma derrota da postura autoritária do secretário de educação José Clóvis, que envergonha o movimento do qual já fez parte.

Essa ocupação é um momento do processo de greve, o qual se diferencia por buscar novos métodos de luta, unificando estudantes, funcionários e professores, que pautam a suspensão da reforma do ensino médio – vulgo POLITRECO –, o cumprimento integral da Lei do Piso Salarial Nacional e a valorização da educação.

Infelizmente a grande mídia, por estar tradicionalmente ao lado do governo e dos grandes empresários, manipula fatos e informações, visando desqualificar a nossa luta, não dando a devida repercussão à mobilização dos educadores e comunidade escolar em geral.

Agradecemos as manifestações da sociedade gaúcha, que sabe da legitimidade da greve e tem nos apoiado desde o seu início, e pedimos que sigam acreditando nas lutas sociais como forma de avanço na conquista de direitos. A luta por uma educação de qualidade continuará mesmo após o processo de greve!

Ocupação da Assembleia Legislativa do RS

Porto Alegre, dia 11 de setembro de 2013.

Fórum pela Paz na Colômbia – debate sobre Educação defende ensino popular

25 maio

Texto e fotos: Alexandre Haubrich, Jornalismo B

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A manhã de sábado no Fórum pela Paz na Colômbia, que está reunindo em Porto Alegre centenas de ativistas de toda a América Latina, começou com debates sobre Educação e Paz, Mulheres pela Paz e Terra e Território para a Paz. O Jornalismo B acompanhou a primeira dessas mesas, que teve com painelistas a cubana Miriela Fernandez, do Instituto Martin Luther King Jr., Selene Barboza Michielin, da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, e Nelson Fajardo Marulanda, professor da Universidad Distrital de Bogotá.

Marulanda abriu os trabalhos explicando a forma como está organizada a estrutura de Educação na Colômbia, voltada ao trabalho, “estruturada nas diretrizes do Banco Mundial”, evitando construir cidadãos “que pensem a sociedade”. Criticou também a categoria de professores, que, segundo ele, desde os anos 1980 entraram em um estado de “letargia”, mais interessados em recompensas materiais do que em Educação. Marulanda explicou ainda que os alunos colombianos passam direto nas séries escolares, chegando às universidades despreparados. Mesmo assim, reconhece que foi a mobilização estudantil que, apesar da letargia dos professores, evitou a reforma universitária que o presidente Juan Manoel Santos pretendia implantar, o que aprofundaria o processo de privatização do ensino.

O professor definiu dois eixos como fundamentais na problemática da Educação colombiana: a letargia dos mestres e a crescente militarização das universidades, tanto de forma ostensiva quanto através de inserção dos serviços de inteligência. Isso tem resultado em diversos líderes estudantis sistematicamente assassinados por paramilitares.

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A também professora Selena Michielin, presidenta da Confederação Nacional de Trabalhadores em Educação, fez uma fala mais curta, apresentando os posicionamentos da CNTE em defesa da Educação Popular, citando Paulo Freire e chamando ao reconhecimento da pluralidade como caminho fundamental à Educação emancipadora. Disse ainda que “a Educação para a paz precisa desenvolver uma cultura de respeito aos Direitos Humanos”, e que a Educação é parte desse desenvolvimento.

A cubana Mirilea Fernandez, representante do Instituto Martin Luther King Jr., procurou inserir a questão da Educação no contexto geral da América Latina. Destacou que o Brasil, mesmo em constante desenvolvimento econômico, é um dos países com mais analfabetismo no continente. Para ela, isso representa a comprovação de que não adianta desenvolvimento econômico se não houver comprometimento social. Descreveu em seguida alguns traços da Educação em Cuba, lembrando que o ensino na ilha é um direito e um dever.

Miriela saiu da discussão sobre a Educação formal para falar da importância da Educação Popular, “que começou com Paulo Freire e se espalhou pela região”. Disse ainda que não é possível construir uma Educação emancipadora sem uma prática emancipadora, e destacou as iniciativas de Educação em movimentos sociais, citando o caso da Escola Florestan Fernandes, do MST. Por fim, chamou os universitários a não se limitarem à academia, a buscarem a realidade das ruas, a tornarem-se intelectuais orgânicos.

Antes de encerrar-se o debate participou ainda um integrante da Marcha Patriótica, organizadora do encontro, que disse não querer o fim do conflito, mas sua ressignificação, sua colocação em outro campo que não o militar “precisa ser desconstruída a ideia de que a insurgência colombiana surgiu por osmose, ela tem raízes históricas e sociais”, disse. Lembrou ainda que são 8500 presos políticos, 30 mil desaparecidos, e uma sociedade assim “não pode ser considerada democrática”.

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Professores encenam prisão do governador em protesto em Porto Alegre

23 abr

Texto, fotos e vídeo: Bruna Andrade, Jornalismo B

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Na tarde desta terça-feira (23), professores, alunos e funcionários de escolas públicas realizaram uma manifestação, em Porto Alegre, para reivindicar o pagamento do piso salarial aos trabalhadores da Educação e melhores condições de trabalho, além de protestar contra a reforma do Ensino Médio. O protesto, organizado pelo Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS), faz parte das atividades da greve nacional dos professores que acontece nos dias 23, 24 e 25 desse mês. Segundo a presidente do CPERS, Rejane de Oliveira, 80% dos trabalhadores dos 42 núcleos do sindicato estão paralisados.

Por volta das 13h30 os manifestantes saíram da sede do CPERS em uma passeata que percorreu as ruas do Centro da capital em direção ao Palácio Piratini. Os professores permaneceram em frente à sede do Governo do Estado por mais de uma hora gritando palavras de ordem. Ainda durante o protesto, foi simulada a prisão do governador Tarso Genro. O ato simbólico se deu porque, segundo o CPERS, “o governador está fora da lei” por não pagar o piso salarial.

Nos dias 24 e 25 os professores farão atividades descentralizadas pelo estado. Além disso, está marcada para esta quarta-feira uma manifestação em Brasília que pedirá que 100% dos royalties do petróleo sejam destinados à Educação. 

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Em Porto Alegre, 600 jovens foram às ruas em defesa da educação

29 nov

Do Levante Popular da Juventude (via email):

Nessa quarta-feira (28), cerca de 600 jovens de diversas regiões do Estado (Erechim, Porto Alegre, Santa Maria, Pelotas, São Borja, Alegrete, Cachoeira do Sul, Caxias do Sul) estiveram mobilizados em Porto Alegre em defesa da Educação. A mobilização ocorreu concomitantemente em 12 estados (Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe, Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba, Distrito Federal, Pará) do país com o objetivo de denunciar as precárias condições da educação brasileira e apontar alternativas para sua transformação.

Em Porto Alegre, a mobilização iniciou com concentração em frente à Prefeitura às 8h. Logo após, houve entrega das pauta sobre a educação infantil à Administração Municipal. Quem recebeu a comissão de negociação foi Marcos Botelho, Secretário Adjunto da Secretaria de Coordenação Política e Governança.

O ato seguiu em marcha até o Palácio Piratini, onde ocorreu audiência com o Governo do Estado, representado por Mari Peruzo, secretária adjunta da Casa Civil. A juventude apresentou a proposta de tornar o Estado território livre do analfabetismo. Tarso Genro, embora ausente da negociação,  fez-se presente na manifestação. No caminhão de som, falou aos jovens sobre a importância da mobilização popular na exigência das pautas caras aos setores menos privilegiados da sociedade.

Após, os jovens seguiram em caminhada até a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde foram recebidos pelo vice-reitor, Rui Oppermann, em realização de audiência onde os jovens reivindicaram a implementação imediata da Lei Federal que assegura 50% das vagas do vestibular para alunos negros e de baixa condição sócio-econômica. No período da tarde, oficinas e intervenções foram realizadas.

Projeto Popular para a Educação

A mobilização em Porto Alegre integra a campanha nacional por um Projeto Popular para a Educação, promovida desde o início de novembro pelo Levante Popular da Juventude. A campanha busca apontar respostas para a educação, que atendam as demandas históricas da população brasileira. Tornar o Brasil um território livre do analfabetismo é uma das pautas da Campanha, visto que, atualmente, 9,6% dos brasileiros acima dos 15 anos não sabe ler e escrever, segundo o IBGE. A criação de creches para mães estudantes, o acesso pleno à Universidade, a oferta de cursinhos pré-vestibulares e pré-ENEM à população, a educação do e para o campo, o acesso ao transporte e à cultura e a regulamentação das Universidades e faculdades particulares são também pontos de reivindicação.

Professores da UFRGS decidem entrar em greve por tempo indeterminado

25 jun

Do Sul 21:

Docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) decidiram nesta segunda-feira (25) aderir à greve nacional da categoria. Em assembleia convocada pelo núcleo gaúcho do Sindicato Nacional Dos Docentes Das Instituições De Ensino Superior (ANDES-SN) e realizada no auditório da Faculdade de Economia, os professores votaram pela greve imediata por tempo indeterminado. A greve foi aprovada pela maioria dos presentes, com 6 votos contrários e 15 abstenções. A greve inicia no próximo dia 29.

As principais reivindicações dos grevistas são incorporação das gratificações ao vencimento salarial básico; plano de carreira de 13 níveis; piso salarial de R$ 2.329,95 para jornada de trabalho de 20hs semanais, com recomposição calculada pelo DIEESE; e recomposição salarial emergencial de 22,08%, referentes a perdas acumuladas desde 2010.

A UFRGS se junta a Unipampa, FURG e UFSM no grupo de universidades gaúchas que aderem ao movimento nacional de greve dos docentes de instituições federais de ensino. A greve nacional completou um mês no último dia 17 de junho, com mais de 50 universidades aderindo à paralisação.

Trabalhadores da UFRGS marcham em Porto Alegre

21 jun

Da ANDESRS:

Técnicos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) que estão em greve realizaram na manhã de hoje uma caminhada pelo centro de Porto Alegre. O ato foi chamado pela Associação dos Servidores da UFRGS (ASSURGS) e teve o apoio do ANDES-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior). A marcha pela educação começou às 10h com uma concentração em frente a reitoria da UFRGS, no campus central. Os trabalhadores percorreram diversas ruas do centro até chegarem ao Largo Glênio Peres, em frente ao Mercado Público, onde realizaram um ato com diversas entidades que apóiam a paralisação dos funcionários e docentes da UFRGS.

Conforme a coordenadora geral da ASSURGS, Bernardete Menezes, o último acordo para reajuste salarial foi firmado em 2007. Desde lá, mais de 50 reuniões foram realizadas, mas o governo federal não apresentou contraproposta de reajuste. Bernardete afirma que nos últimos 20 anos, todos os reajustes foram conquistados através de greves. De acordo com ela, a paralisação dos técnicos e também dos docentes nas universidades federais significa um verdadeiro mutirão pela educação. “A greve significa a defesa de uma educação pública de qualidade. Significa melhores condições de trabalho”, diz. A greve dos técnicos da UFRGS completa duas semanas nessa sexta-feira.

Na segunda-feira, 25, ocorre mais uma assembleia geral dos docentes, às 16hs. Na última terça-feira, 19, os professores aprovaram indicativo de greve. Ao todo são 56 IFEs paralisados. No Rio Grande do Sul, três universidades aderiram a grave: UNIPAMPA, FURG e UFSM.

MST lança manifesto em apoio aos trabalhadores da Educação

11 jun

Do MST (via email):

MANIFESTO DE SOLIDARIEDADE À LUTA DOS TRABALHADORES E DAS TRABALHADORAS DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS FEDERAIS

Nós do MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, expressamos para toda a sociedade nosso apoio e solidariedade aos trabalhadores e trabalhadoras da educação em luta.

Desde o seu nascimento, o MST tem lutado pela educação. Temos a convicção de que a luta por escola, se faz, fazendo escola.

Como fruto da mobilização e luta permanente, conquistamos mais de 1500 escolas do campo.

Somos contra a política do Estado brasileiro de fechamento das escolas do campo. Para nós: Fechar Escola é Crime!

Defendemos a expansão e a interiorização da educação. No entanto, isso não pode representar a precarização educacional.

Manifestamos nossa solidariedade de classe aos trabalhadores e às trabalhadoras das universidades federais em greve.

Nos somamos na defesa de sua justa pauta de reivindicação:

–        Contra o produtivismo: Educação não é mercadoria;

–        Pelo aumento de salários;

–        Pela garantia do plano de carreira;

–        Pela qualidade da educação;

–        Pela destinação de 10% do PIB para a educação;

–        Contra a apropriação do público pelo privado através da privatização indireta em curso.

A universidade pública não pode estar à serviço do capital e do mercado. A universidade deve ser um espaço de pesquisa, produção e divulgação do conhecimento.

Nos colocamos nas  ruas e nas lutas ao lado dos trabalhadores e das trabalhadoras da educação. Empunhando as bandeiras da Reforma Agrária e da Educação Pública de qualidade e gratuita, seguimos na construção de um país soberano.

“A educação não é a única alavanca para transformação da sociedade, mas sem a educação, a transformação não ocorre.” Paulo Freire

Direção Nacional do MST

Junho – 2012

Cerca de 500 são presos em greve contra aumento da mensalidade no Canadá

24 maio

Do Sul 21:

Cerca de 500 pessoas, entre estudantes e protestantes que estão mobilizados desde o retorno das férias para contestar o aumento nas mensalidades das universidades do Canadá, foram presas nesta quinta-feira (24). Foi o maior número de prisões em Montreal desde o início dos protestos, há um mês. Outras 170 pessoas foram detidas em Québec.

Segundo a Polícia de Montreal, foram vários dias de violência durante os atos de reivindicação contra a proposta de aumento nas taxas pagas às universidades do país. A polícia obedeceu a uma nova e polêmica lei (Lei 78) que impôs restrições a protestos e, com isso, declarou a manifestação ilegal. Segundo a polícia, os manifestantes atiraram pedras contra os oficiais.

O jornalista brasileiro Ricardo Araújo, que estuda em Montreal e acompanhou os protestos, conta que entre as restrições está a proibição de atos não avisados previamente e aqueles promovidos à noite. Segundo ele, os manifestantes informaram da greve dos 100 dias. “Mas na primeira esquina os estudantes mudaram o trajeto. Como tinha muita gente, a polícia não pode fazer nada para impedir o ato”, conta. Ele fala que à noite são comuns os encontros dos estudantes, que não concordam com as restrições à livre manifestação. “Neste ato, a polícia é ignorada. Por isso as prisões. Nesta quarta-feira (23), ocorreu uma batucada de panelas, o que motivou maior número de prisões”, conta.

Os protestantes lançaram um site como porta-voz dos manifestos. Segundo a associação que organiza o movimento estudantil canadense, a mobilização irá continuar lutando pelos direitos fundamentais da liberdade de manifestação e expressão. “A classe continuará mobilizada. Obedecer esta lei injusta é equivalente a desistir de nossos direitos. Não vamos fazê-lo”, diz o porta-voz Gabriel Nadeau–Dubois.

Depois de 52 dias em greve, professores da rede pública do DF suspendem paralisação

2 maio

Da Agência Brasil:

Depois de 52 dias em greve, os professores da rede pública do Distrito Federal (DF) suspenderam hoje (2) a paralisação. Mas os profissionais prometem manter o estado de alerta até o dia 14 de junho, quando ocorrerá uma assembleia geral para verificar o cumprimento dos termos do acordo negociado com as autoridades do governo do DF.

O acordo foi negociado entre representantes do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF) e do governo do DF (GDF), com mediação da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Distrito Federal, e da Universidade de Brasília (UnB), além de deputados distritais.

Pelo acordo negociado, o governo se compromete, entre outros pontos, a elevar o valor do abono saúde de R$ 110 para R$ 200, a partir de junho. O diretor do Sinpro-DF Cássio de Oliveira Campos disse que o sindicato vai aguardar os próximos dias para verificar se os termos do acordo serão cumpridos.

No último dia 20, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) considerou a greve dos professores abusiva e determinou que 80% da categoria retornasse ao trabalho. O Sinpro-DF entrou com recurso para a revisão da decisão e questionou a aplicação da multa diária de R$ 45 mil, caso o percentual de funcionários não fosse cumprido.

Uma semana depois, no dia 26, um grupo de aproximadamente 100 professores ocupou o sexto andar do anexo do Palácio do Buriti, onde fica a Secretaria de Administração, para pressionar o GDF a reavaliar as contrapropostas apresentadas pela categoria. Horas depois o grupo desocupou o prédio.