Tag Archives: José Fortunati

Assembleia do Simpa celebra conquista e garante mobilização

3 jul

Texto e fotos: Alexandre Haubrich / Jornalismo B

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Centenas de municipários se reuniram na tarde desta quarta-feira em Assembleia Geral que aprovou uma das novas propostas da Prefeitura de Porto Alegre frente às mobilizações da categoria. Os trabalhadores, que praticamente lotaram a parte inferior do auditório da Casa do Gaúcho, decidiram aceitar um reajuste de 6,49% mais 9,51% de aumento no valor do Vale Alimentação. Os reajustes serão retroativos a maio.

A Assembleia também comemorou uma importante conquista: a Prefeitura desistiu de negociar já as demandas de 2014, medida que tinha o objetivo de evitar mobilizações no ano da Copa do Mundo do Brasil. Já ficou definido pela categoria que a mobilização de 2014 começa em março. Também foi definido que as manifestações em andamento não vão parar, mesmo com a aceitação da proposta parcial do prefeito José Fortunati.

Ainda foram aprovadas moções de repúdio “ao assédio moral nas secretarias da Prefeitura” e à PEC 33, que abre brechas ainda maiores para as políticas de terceirização dos serviços públicos. Durante a Assembleia também foram lembrados os atuais protestos pelo Brasil, e indicada a paralisação dos municipários no próximo dia 11, juntando-se à greve geral nacional chamada pelas centrais sindicais.

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Assembleia do Bloco de Lutas define protesto de quinta-feira na Vila Tronco

1 jul

Texto e fotos: Alexandre Haubrich / Jornalismo B

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A Assembleia do Bloco de Lutas Pelo Transporte Público, com participação de mais de trezentas pessoas, definiu um novo local para o próximo protesto: na quinta-feira os manifestantes vão se reunir na Vila Tronco, em Porto Alegre, de onde mil e quatrocentas famílias estão sendo retiradas por conta de obras que visam a Copa do Mundo.

A definição foi feita no debate, que durou quase quatro horas no frio do Largo Zumbi dos Palmares, no Centro da cidade. Foram cerca de 60 falas durante a noite, que foram de propostas de novos atos – no Aeroporto Salgado Filho e na Ponte do Guaíba – a críticas ao sumiço do prefeito José Fortunati e ao monopólio da mídia gaúcha pelo Grupo RBS.

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* O próximo Jornalismo B Impresso será ESPECIAL #OBrasilNasRuas, a respeito dos protestos pelo país. Para apoiar o jornal e ajudar a aumentar a tiragem da edição especial, AQUI.

Ativista a vice-prefeito de Porto Alegre: “quem depreda a Prefeitura está lá dentro”

10 jun

Substituindo o prefeito José Fortunati (PDT) na inauguração de uma ciclovia de 900 metros em Porto Alegre, no último sábado (8), o vice-prefeito Sebastião Melo (PMDB) teve que parar e ouvir manifestantes que criticavam os cortes de dezenas de árvores nas cercanias da Usina do Gasômetro. Um dos ativistas, Fabrizio Arriens, filmou a conversa:

Em ato dos municiários praça em frente à Prefeitura de Porto Alegre é novamente ocupada

5 jun

Texto e fotos: Alexandre Haubrich, Jornalismo B

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A praça Montevidéu, em frente à Prefeitura de Porto Alegre, tem passado poucos dias vazia. A responsabilidade é do prefeito José Fortunati, que, tocando um projeto de entrega da cidade à iniciativa privada, está enfrentando manifestações quase diárias contra os mais diversos aspectos de sua gestão. Durante a manhã e parte da tarde desta quarta-feira, 5, foram os trabalhadores do município que ocuparam a praça.

Desde às 8h30 cerca de 200 trabalhadores da Saúde Municipal começaram a se reunir em frente à sede da Secretaria Municipal de Saúde. Eles exigiam a saída do secretário Carlos Casartelli. João Ezequiel, diretor administrativo do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (SIMPA), afirmou que a categoria está saturada da gestão de Casartelli, e explica: “A retirada de direitos não para. Retiraram nosso direito às 30h depois de 27 anos”. Ezequiel acrescenta ainda a tentativa de retirar o direito à insalubridade, “revertida graças à nossa luta”, como outro ataque. Para ele, há um processo de sucateamento da saúde pública na capital. Um processo que não será aceito: “Essa é a primeira mobilização de rua de muitas que virão pelo Fora Casartelli”, garante.

Carmen Padilha, diretora-geral do SIMPA, apresentou a informação de que, na reunião do dia 4, houve sinalização de que a Prefeitura poderia realizar negociações à parte com os médicos na Campanha Salarial que está em marcha na categoria, chamando à igualdade entre os trabalhadores. O outro diretor geral, Mário Fernando, fez questão de lembrar que o secretário Casartelli “não é sozinho”: “Ele significa um processo de esvaziamento da saúde púlbica em Porto Alegre através do Fortunati”, disse ao microfone.

Os manifestantes saíram em caminhada até a Prefeitura, onde se juntaram aos municipários de outros setores que já se aglomeravam em defesa das mais diversas demandas, todas convergindo a um mesmo problema: a condução que o prefeito José Fortunati tem dado à cidade. Foram cerca de mil trabalhadores dos mais diversos grupos que, enquanto municipários e, fundamentalmente enquanto trabalhadores, se uniram para exigir outro tratamento. As críticas a secretarias se juntaram na crítica geral à Prefeitura, em mais uma ocupação da Praça Montevidéu. A próxima não tardará.

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Centenas protestam contra derrubada de árvores e pedem derrubada do prefeito em Porto Alegre

29 maio

Texto e Fotos: Alexandre Haubrich, Jornalismo B

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“Ô Fortunati, pode esperar, a gente vai te derrubar”

“RBS, pode esperar, a tua hora vai chegar”

“Que vergonha, que vergonha deve ser / espancar trabalhador para ter o que comer”

“Puta que partiu, esse prefeito é a vergonha do Brasil”

“Vem, vem, vem pra luta, vem, contra o prefeito”

“Tatu! Tatu! Tá tudo errado!”

Na madrugada de terça para quarta-feira, a Prefeitura de Porto Alegre, com apoio da Brigada Militar, botou em marcha a derrubada de dezenas de árvores em uma área próxima à Usina do Gasômetro com o objetivo de duplicar a Avenida Beira-Rio. Mais de cem manifestantes se encontravam no local às duas horas da manhã, mas a operação começou apenas quando os cerca de 30 ativistas que há semanas acampavam no local já dormiam. As barracas foram sacudidas e 27 pessoas foram algemadas e levadas presas. As árvores começaram imediatamente a serem derrubadas. A resposta começou a vir no início da noite de quarta, quando cerca de 600 manifestantes se reuniram em frente à Prefeitura para reclamar a derrubada das árvores e pedir a derrubada do prefeito José Fortunati.

Entre palavras de ordem contra o prefeito e em defesa da cidade e da democracia, os ativistas carregaram cartazes e, durante cerca de uma hora e meia, se concentraram em frente à Prefeitura. A Guarda Municipal esteve todo o tempo na escadaria do prédio, para onde foi também a Tropa de Choque da BM quando os ânimos já estavam mais calmos. Então a tensão voltou, algumas cordas de isolamento arrebentaram e um confronto esteve próximo de iniciar, mas os manifestantes em seguida começaram a se afastar e a caminhar pela Borges de Medeiros.

O chargista Santiago, a comunicadora Kátia Sumam, o líder da Associação de Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho, César Cardia, as vereadores Fernanda Melchiona e Sofia Cavedon estiveram entre as centenas de pessoas que passaram, a partir das 19h30, a caminhar pelo Centro, seguindo pela José do Patrocínio até a Rua da República, onde entraram para seguir pela Lima e Silva. Em frente ao Bar Pinguim, onde casos de homofobia e agressões a clientes têm se repetido, a marcha parou por vários minutos para gritar “Pinguim homofóbico!”. A caminhada foi então até a Loureiro da Silva, onde parou por vários minutos até que todos se concentraram no Largo Zumbi dos Palmares. Já eram 21h30, depois de mais de três horas de manifestação.

A Brigada Militar acompanhou todo o percurso, e o clima foi, na maior parte do tempo, de relativa tranquilidade. Ainda na Borges de Medeiros alguns objetos foram arremessados contra as agências dos bancos Itaú e Santander, mas não houve grandes transtornos. Ainda em frente à Prefeitura, o clima havia ficado pesado quando, na disputa pelas cordas de isolamento, um policial militar disparou uma arma de choque e algumas laranjas voaram contra os que guardavam o prédio.

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Funcionária da Carris é demitida por suposta ofensa a prefeito de Porto Alegre em rede social

5 abr

547775_374851935962205_1643689773_nDo Sul 21:

Na quarta-feira (3) a funcionária da Carris Karina Manke Lemos, que trabalhava como cobradora, foi avisada pelo motorista que o seu nome não aparecia junto ao dele na escala de quinta-feira (4). Ontem, quando Karina foi verificar o que havia ocorrido, ela foi chamada pela coordenadoria da empresa, que apresentou uma espécie de dossiê com cópias de postagens suas noFacebook relacionadas com o aumento da passagem de Porto Alegre. Logo após foi apresentado a ela um documento que anunciava a sua demissão por justa causa.

De acordo com a Carris, o motivo da demissão por justa causa não foi em função de suas posições contrárias ao aumento da passagem, mas por ela ter sugerido na rede social que o prefeito da cidade, José Fortunati (PDT), “faturaria” com o reajuste aprovado este ano, elevando o valor da tarifa para R$ 3,05. Karina se defende da acusação dizendo que apenas fez um questionamento ao prefeito. “Fiz uma pergunta e não uma afirmação. E junto compartilhei uma notícia a respeito do aumento das passagens”, alegou.

Conforme a Carris, a frase que Karina usou ao fazer referência ao Fortunati foi: “Eai senhor prefeito quantos por cento fatura nessa jogada?!”. A empresa de transporte explicou ainda que esse fato teria sido a gota d’água para a sua demissão, pois a cobradora “apresentava desempenho operacional insatisfatório, com a ocorrência de atrasos, faltas e ofensas a superiores”, conforme foi comunicado em nota oficial à imprensa.

A assessoria de imprensa da Carris relatou que a funcionária apresentava duas advertências por falta em serviço sem justificativa – uma no dia 20 de julho de 2007 e outra no dia 10 de novembro de 2009. Também possuía duas advertências por “ofensas ao monitor”- uma no dia 6 de setembro de 2010 e outra no dia 5 de maio de 2011.

Cobradora acredita que sofre perseguição política

Karina, que em junho deste ano completaria 9 anos de atuação na empresa, por sua vez, considera a decisão injusta e acredita que sofre perseguição política. “Com certeza [sofro de perseguição política]. Ano passado já sofri advertência, quando assinei um panfleto
que criticava a atual administração. Hoje o funcionário é um número que eles demitem e trocam por outro número”, condenou ela.

A funcionária afirma que irá protocolar uma denúncia no Ministério Público sobre a sua destituição. “Vamos dar 72 horas para eles reverem minha demissão. Estamos livres pela justiça para fazer qualquer tipo de manifestação legal depois desse período”, disse. Conforme a assessoria da Carris, a empresa não voltará atrás ao menos que a justiça determine. Além disso, apresentará a justiça o dossiê que mostra o histórico de conduta da funcionária, que justificaria a sua demissão por justa causa.

No documento de demissão de Karina diz que a dispensa está em conformidade com o artigo 482 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), nas seguintes alíneas: b) incontinência de conduta ou mau procedimento; k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem. A funcionária se recusou a assinar o documento.

50% dos funcionários da Carris teriam que ser demitidos pelo mesmo motivo, diz cobradora

A cobradora conta com o apoio da Comissão de Funcionários da Carris para conseguir ser readmitida. Na madrugada desta sexta-feira (5), os funcionários promoveram uma panfletagem informando a sua situação. Na avaliação de Karina, se fosse para demitir todos os funcionários que compartilharam alguma coisa sobre o aumento da passagem em redes sociais a empresa dispensaria 50% de seus servidores.

“Estamos desde o início ajudando os estudantes.  Se não podemos nos manifestar uma coisa que está errada, o que a gente pode então? É como voltar a ditadura”, desabafa. A funcionária critica também as más situações de trabalho que a empresa oferece. Em sua página do Facebook ela postou fotos mostrando a precariedade higiênica de terminais, onde trabalha. “É tapado o sol com a peneira. Para fora a Carris está maravilhosa. Mas a verdade é que todas as companhias de transporte estão defasadas e o valor de R$ 2,85 é ainda abusivo”.

Sou cidadã de Porto Alegre acima de qualquer coisa, diz funcionária da Carris

Segundo Karina, a empresa lhe disse que a acusação das postagens no Facebook partiu de uma senhora que encaminhou um e-mail para a Carris dizendo ser um absurdo uma funcionária pública ser contra o  aumento da passagem, uma vez que são as tarifas que pagam o seu salário. A esse argumento ela rebate: “além de trabalhar na Carris eu uso o transporte público. Minha família toda paga a passagem e todo mundo acha caro. Sou cidadã de Porto Alegre acima de qualquer coisa. Eu tenho direito de exercer meus pensamentos e minhas ideias”.

Karina diz não se intimidar com a ação da Carris e afirma que seguirá postando suas posições no Facebook. “Vou seguir com a minha ideologia. Chega do povo aceitar de boca calada tudo o que é determinado por quem está acima . O que está errado deve ser criticado, assim como o que está certo deve ser elogiado”, defende.

Novas manifestações em defesa da funcionária devem acontecer na próxima semana. A funcionária não descarta até mesmo uma greve. “Sempre definimos as manifestações em conjunto. Vamos conversar e discutir o melhor caminho. Não queremos prejudicar a população, mas a direção não nos dá outra saída. Ontem, tentamos falar com a direção e ela não nos deu ouvidos. Estamos tentando negociar de uma forma democrática, mas pelo jeito eles não sabem o significado de democracia”, conclui.