Texto e fotos: Alexandre Haubrich
Terminou em violência policial a manifestação do fim da tarde desta quarta-feira contra o aumento nas passagens do transporte coletivo em Porto Alegre. Ao menos uma estudante foi presa, e um jovem esperou por cerca de meia hora estirado no chão com um corte na cabeça. Momentos antes ele fora atropelado pelo Batalhão de Choque da Brigada Militar, polícia comandada pelo governo do Estado.
Mais de quinhentas pessoas estiveram em frente à Prefeitura protestando com cartazes e cânticos. Alguns ligados a partidos políticos, a maioria independentes, exigiam a retirada do aumento que levou a passagem de ônibus a R$ 3,05. O clima era de relativa tranquilidade, apesar das agressões policiais ocorridas no último protesto, na terça-feira. A situação começou a mudar por volta das 19h. O choque já se aproximava da Praça Montevideo, onde está a Prefeitura, quando os manifestantes subiram as escadas da entrada do prédio. Ficaram em frente a porta, gritando, cantando e sacudindo bandeiras e cartazes, enquanto o Choque se posicionava ao lado, cada soldado com uma perna à frente, botas em tremedeira ansiosa, prontos para o avanço. E avançaram.
Quase ao mesmo tempo vidros foram quebrados e o Choque partiu para a frente da Prefeitura, atropelando manifestantes que já estavam sentados à sua frente. Segundo nos contaram depois, um desses manifestantes foi derrubado e sua cabeça bateu no meio-fio. O efeito conseguimos observar depois, passada a correria inicial. Sangue na calçada, e sua origem era a cabeça de um jovem deitado sobre o meio-fio. Nos policiais, tinta.
Os manifestantes recuaram, e três bombas foram arremessadas contra eles. Quando alguns tentaram voltar à Praça, novas bombas. Uma viatura também teve o vidro quebrado, e o recuo foi completo.
A vereadora Fernanda Melchionna chegou para acompanhar a situação. Também chegaram repórteres das mídias anti-protesto, que destacaram os vidros quebrados e a tinta jogada contra policiais e contra o secretário de Governança de Porto Alegre, Cezar Busatto, ex-chefe da Casa Civil do governo Yeda Crusius (PSDB).
Os protestos devem continuar.
VEJA OS VÍDEOS:
PSTU ali atrás é foda tb… uma manifestação que é legítima e necessária, e os partidos políticos vêm se instalar pra parasitar e fazer sua propaganda.
É uma vergonha isso não é aumento é roubar o dinheiro dos trabalhadores..